terça-feira, maio 09, 2006

O macho-alfa


Nas vastas planícies urbanas podemos observar este estranho ser, designado macho-α.

O macho-α movimenta-se em grupos de outros machos subordinados, com os quais entra regularmente em lutas, de preferência na presença das fêmeas, que encara como bens consumíveis e descartáveis, uma vez que apenas cede o seu material genético numa única cópula (salvo raras excepções), procurando, de seguida, novas parceiras.

À noite, durante a qual se observa a caçada, o macho-α solta os seus grunhidos de acasalamento podendo-se observar, por vezes, o apanhar de uma fémea, através do posicionamento do seu braço direito à volta do pescoço da mesma, ritual que é acompanhado dos grunhidos referidos anteriormente.

As lutas entre estes animais são violentas, embora quase nunca resultem na morte de um deles. Quando dois machos-α se encontram, iniciam um ritual de medição de forças de modo a evitar o confronto físico, caracterizado pelo inchaço da região peitoral e por frases como: "Olhákele panaleiro!" e "Ainda lhe vou à tromba hoje!". Por vezes observamos, até, estes indivíduos a despirem a t-shirt ou, no caso de camisas, a desapertarem-nas até ao último botão.

Quando a luta é inevitável os machos subordinados ao dominante ajudam-no, na esperança de conquistar uma fêmea que não faça parte dos planos do seu "chefe" de alcateia. Estes fenómenos são frequentes na praia, durante a tarde, e à porta ou, mesmo, dentro das discotecas, à noite.

Facilmente identificamos estes animais no seio dos grupos humanos. Nunca é demais dizer que estes animais são perigosos e devem ser respeitados, podendo-se observá-los, mas nunca alimentá-los ou provocá-los, sob pena de sofrermos ferimentos graves.

4 comentários:

PWFH disse...

Boa descrição do objecto de estudo, mas penso que incompleta...
Faltou a referência ao uso e abuso do "aplique" quer em si próprio (normalmente tem mais brincos que dentes), quer na viatura (onde normalmente investe o triplo do que a mesma custou).
Abraço

Claricinha disse...

E femeas alfa? também existem, embora as suas formas de confronto sejam bem mais subtis... o que não quer dizer que não provoquem estragos por vezes irreparáveis!

Rhodes disse...

Mestre - o seu tasco já esta linkado no meu "vigilant e mescaleros" e no nosso estalada. Aguarda-se retribuição. Boa onda este tasco! Abraço

Vasco Figueira disse...

Os comportamentos subtis das fêmeas alfa escapam à análise cristalina de psicólogos medianos, apenas revelando detalhes das suas estratégias de sobrevivência e reprodução de forma turva e fugaz, e apenas àqueles que lhes são próximos e gozam de uma boa dose de empatia, devidamente isolada da líbido que essas fêmeas são peritas em estimular.

Daí o comentário das fêmeas alfa ter vindo de uma fêmea, supostamente imune a essas interferências. Alfa ou não, talvez o analista residente o possa dizer, apesar da débil independência da sua líbido na questão.