Sempre gostei desta estória. Não se aplica exclusivamente ao sistema conjugal. Creio que é abrangente às relações humanas. Quanto maior a intimidade, maior a probabilidade de se verificar.
Caricaturando com o exemplo da mulher que «pensa que sabe» que o marido adora bacalhau, porque nos primeiros tempos de casados fez grandes elogios ao «seu» bacalhau com natas. Ao longo dos 20 anos de casados «foi-lhe fazendo», frequentemente, pratos de bacalhau. Até que um dia, no meio de uma discussão, o marido explode: "Estou farto de tudo, principalmente de bacalhau"; resposta da mulher: "Mas tu adoras bacalhau, que eu sei; dizes isso só para me aborreceres!"; surpresa do marido: "Adoro?! Detesto, sempre detestei!"; ela: "Mas nunca o disseste, nunca te queixaste..."; ele: "Não te queria contrariar nos teus gostos: achava que quem adorava bacalhau eras tu!"; conclusão da mulher: "Pois então fica sabendo que também eu detesto bacalhau. Comi-o muitas vezes, todos estes anos, para te agradar!".
in Relvas, "O Ciclo Vital da Família - Perspectiva Sistémica"
Este tipo de equívoco comunicacional (A não-comunicação na comunicação) tem tanto de humor como de inevitabilidade. Tomar consciência deste fenómeno e contrariá-lo faz de nós pessoas mais adaptadas ao que os outros esperam que façamos.
Bottom line: Comuniquem, não tenham medo de se repetir.
segunda-feira, setembro 10, 2007
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6 comentários:
quero cheirar o teu bacalhau! Maria!
Pelos vistos não queria... eheheh!
A questão é muitas vezes acharmos (as mulheres principalmente) que o outro tem a capacidade de adivinhar o que estamos a sentir e o que pensamos, é uma ilusão. Iludimo-nos mais uma vez quando achamos que fazemos o mesmo em relação ao outro... e assim se passam anos, cada um a pensar que está a agradar o outro, sem nunca se falar directamente sobre isso até ao dia da explosão! é mesmo uma boa estória.
Eu gosto de vacalhau!
Eu cá é de bacalhau à braz perninhas, eheheheheheh cum car..
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